segunda-feira, 22 de março de 2010

O melhor de cada um de nós

«Quando procuramos descobrir o melhor nos outros, de algum modo mostramos o melhor de nós mesmos.»

William Arthur Ward


É por isso que gosto tanto de conhecer pessoas e porque vale a pena procurarmos o melhor que elas têm. Porque neste processo acabamos por nos tornar melhores pessoas. Porque, na descoberta, descobrimo-nos a nós próprios. Porque se te juntas aos bons, tornas-te como eles.

Desafio desta semana: fazer uma lista, nem que seja mental, do melhor que têm as pessoas que amamos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Que ninguém lave as mãos

Que ninguém lave as mãos quando um miúdo de 12 anos decide matar-se porque não aguenta mais levar pancada na escola.

Que ninguém finja que não viu, que não ouviu, que não sabia, que é um caso isolado, que etc e tal numa conversa que dá vómitos.

Que ninguém invente inquéritos para perder tempo, para voltar a lavar as mãos de novo, para fingir que daqui para a frente tudo vai ser diferente.

Que ninguém se atreva a adormecer tranquilo e a acordar como se o amanhã fosse apagar o que se passou hoje.

Sabem o que me enoja mesmo?
Daqui a uns dias aquele miúdo de 12 anos vai deixar de ser notícia. Mais ninguém vai querer saber de uma escola em Mirandela, todos vão estar em amena hibernação até ao próximo miúdo de 12 anos decidir matar-se porque não está para ser saco de pancada. E muito menos para se sentir tão só porque ninguém abriu os olhos para o ver.

Que pais, que professores, que educadores temos, que nem reparam num miúdo de 12 anos?

Eu andei num seminário. Digam o que disserem, acreditem no que acreditarem, mas foram dos melhores anos da minha vida. Já na altura havia miúdos terríveis, com infâncias complicadas e com tendência para malhar nos outros. Por isso, não se atirem aos miúdos que batem como se fossem eles os principais responsáveis, não lavem as mãos, repito.
No meu colégio havia professores, auxiliares, educadores ou até alunos mais velhos e responsáveis sempre a supervisionarem cada centímetro daquele colégio, cada esquina dos espaços de recreio. Havia sempre um responsável a controlar os grupos, as brincadeiras, os jogos. Foi nos salesianos, que adoptam algo de interessante como "sistema preventivo". Antecipar é melhor que reagir, premiar o mérito é melhor que castigar. Ali, os adultos não se demitem.

Que ninguém lave as mãos quando um miúdo de 12 anos decide matar-se porque não aguenta mais levar pancada na escola.

Que ninguém lave as mãos. Não é bonito ver água ensanguentada a fugir pelo ralo...